quarta-feira, 26 de maio de 2010

08

        22h45. Saída da escola, com meus colegas de classe caminho pelas ruas escuras do bairro. Há uns caras diferentes entre nós. São amigos do meu colega que tem os cabelos loiros compridos e que usa um boné preto. Não confio em nenhum deles. Caminho a alguns centímetros à frente. Conversam baixo, em meias palavras. Precavendo-me, transfiro minha carteira para o bolso dianteiro da calça. Caminhamos... Meu bolso traseiro é atacado violentamente, chegando a levantar meus pés do chão, por um dos estranhos desatento que pretendia roubar minha carteira. Indignado e possuído pela raiva, esbravejo contra o "alemão", acusando-o de ter planejado o assalto. Sua postura e a dos demais confirmam minha suspeita. Discuto com eles num vocabulário malandro. O grupo volta-se contra mim. Pretendem me linchar. Não sou páreo para todos. Adrenado, corro. Escolho direções aleatórias, quero despistá-los. Consigo. Superando o medo e o ódio, tento acalmar minha respiração.

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