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domingo, 7 de abril de 2013

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        Eu e uma pequena multidão observamos do pier pai e filha felizes em um barquinho de madeira. A menina sorri com o pai, respondendo eufórica aos acenos que recebe, transbordando a emoção de estar pela primeira vez em um barco, flutuando sobre as águas. Uma enorme calda, linda e acinzentada, emerge do mar. Uma mistura de medo, espanto e encantamento preenche meu peito e congela minh'alma. A menina ri alto, o barco balança forte, o pai teme a morte. Uma espécie de jubarte com um focinho afinado como o de um golfinho salta e mergulha novamente agitando o mar e molhando a plateia, que corre, grita e se tromba sem saber o que fazer com o pânico que a inunda. Outras caldas, talvez dezenas delas, tão grandes quanto a primeira, cortam o manto verde do oceano, balançando cada vez mais forte o barco. A menina se inclina, o pai desesperado não a consegue segurar. Ela cai e é engolida pelas ondas. Um segundo é suficiente para eu me decidir a saltar e mergulhar por entre o chicotear das caldas e o alvoroço do mar. Resgato a menina e a deito no chão de madeira do pier. Seu rosto delgado está pálido. A vida parece ter se esvaído de seu corpo. Inicio uma massagem cardíaca e uma respiração boca a boca, como aquela que eu assisti em um curso. A menina tosse e cospe água.