A fachada é de vidro, com duas entradas, sendo uma delas uma porta giratória bastante estreita com logotipos do Banco Real. Devido à estreiteza, me posiciono com dificuldade entre as suas abas e empurro para girá-las. Em meio giro a porta trava. O segurança, que está do lado de dentro, indica que a outra porta é a correta. Dirijo-me a ela e entro. O escritório é grande e repleto de escrivaninhas, computadores, telefones, pessoas trabalhando e eu, ex-funcionário. Não é meu desejo estar aqui. Chegar até o fundo não será fácil, também nada agradável.
PART 2
Como haviam me pedido, consegui o psicólogo para atendê-la. Depois da consulta, ela (pessoa) e o psicólogo nos encontram, meu pai e eu, próximos à escada rolante. O pé direito é bem alto, o teto é de vidro, a iluminação é natural, há plantas decorando o ambiente. Antes mesmo de nos cumprimentar, o psicólogo descreve a análise que fez sobre ela e emenda, sem pausa, sem que ninguém o perguntasse, uma análise sobre mim. Diz que eu não vou falar, no sentido de que eu me escondo sobre a sombra de meu silêncio. Enquanto fala, meu pai, com uma expressão de espanto, segurando a fala, espera pela conclusão do psicólogo. Assim que este termina, meu pai me chama de lado para conversar. Sentamos em uma mesa na praça de alimentação. Ele, preocupado, explana sobre a importância de eu ter um filho. Eu como sempre, cuidadosamente, exponho meu ponto de vista e explico meus motivos de não ter um nesse momento.
PART 3
Em frente ao carro, Lídia e eu discutimos sobre o significado do presente que ganhamos de sua tia, a nada apreciada. São duas cartas, uma para cada, tendo a minha estampado o naipe de ouros, o qual chamo de "pentagrama". Ao meu ver, trata-se de um símbolo que representa o mal. Conturbado, nos pergunto por qual motivo ela me dera aquela carta. Quero encará-la e perguntar quais foram as suas intenções. A Lídia me segura, tenta me impedir de ir ao seu encontro. Eu ignoro seus pedidos aflitos e sigo até a loja da tia. Ela é proprietária de uma loja de artigos religiosos no bairro de Camilópolis. A loja é pequena e escura, e possui centenas de imagens, colares, miçangas, velas, incensos... Atrás do balcão há duas senhoras a quem me dirijo perguntando pela tia. A mais velha me responde que ela não está. Não acredito e vocifero insistindo que quero falar com ela, pois desejo que me explique o significado daquela carta. A senhora continua a tentar me convencer de sua ausência, enquanto eu a procuro por entre as frestas da cortina dependurada na porta que dá para os fundos. Nada vejo. Transtornado, me viro em direção à saída e chuto e arremesso tudo que está em meu caminho, até me dar conta da besteira que estou fazendo. Saio da loja.
Sérgio
ResponderExcluirEu adoro você, mas seu blog me dá medo!!!
Tá bom vai, confesso: Super original!!! :=)
se ficou com medo, fico feliz. alcancei o objetivo, que era causar algum desconforto.
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