sexta-feira, 16 de setembro de 2011

22


        O leão sem juba se aproxima e me diz com voz quente e ameaçadora: "se cair na minha cela, tu tá fudido...". Termina o julgamento. Sou conduzido pelos guardas a uma das jaulas. À porta, circunda, ansioso, o pérfido felino. Temo pelo aproximar de minha morte. Baratinadamente, ele tenta entrar, mas os guardas frustram suas tentativas. Fecham as grades. Corre em meu peito uma sensação de alívio. Da terceira jaula, o leão sem juba, deitado sobre suas patas, mira-me fixamente com um olhar carregado de ódio.

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